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DATAÇÃO: a ciência em busca do passado

  • Foto do escritor: Thiag A C Borella
    Thiag A C Borella
  • 25 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 26 de jul. de 2020

Sempre achei fantástica a habilidade dos pesquisadores em determinar a idade de fósseis, suas características e, como todo biólogo, as evidências que comprovam a teoria da evolução das espécies, aceita até os dias atuais, mesmo existindo inúmeras pesquisas sobre o tema.

Fóssil - Fonte: Fotosearch

Um dos dados importantes para analisar como os seres evoluíram é determinar em qual época viveram. Mas, para isso é necessário um método que seja comprovadamente confiável e seguro, já que até o momento, felizmente ou infelizmente, não é possível viajar no tempo para verificar isso mais pontualmente.


Então, como é possível determinar a idade de um fóssil?


Um dos métodos mais utilizados por pesquisadores é observar a transformação de alguns elementos químicos radioativos, chamado decaimento. Para que possa ser utilizado o elemento químico, deve liberar radiação de forma contínua e bem determinada, durante um período específico de tempo e que esteja presente em todo o grupo estudado.


Um dos mais conhecidos elementos químicos é o Carbono 14 (C14), presente em todos os seres vivos; também temos o Potássio 40 (K40) presente em rochas vulcânicas. Em ambos os casos, utilizando um ou outro, é necessário saber a meia vida destes elementos, ou seja, quanto tempo a metade dos elementos contidos na amostra leva para se transformar em outro elemento químico estável. Já temos essa resposta: para o C14, a meia vida é de 5.740 anos; para o K40 é de 1,248 bilhão de anos.


Carbono 14


O Carbono 14 é produzido na atmosfera por meio da interação do Hidrogênio com a radiação cósmica vinda do universo. Este elemento se liga ao oxigênio da mesma forma que o Carbono 12, que é a forma estável e, assim, formam o Co2.


Por meio da fotossíntese, as plantas absorvem o Co2 tanto com C12 quanto com o C14, incorporando ambos elementos em seus tecidos. Ao se alimentar das plantas, os animais também incorporam o Carbono e assim sucessivamente na cadeia alimentar.

Ciclo do Carbono 14 - Fonte: Ciclo Acadêmico

Com o passar do tempo, o C14 se transforma em Nitrogênio. Porém, como os animais e plantas estão constantemente se alimentando, o C14 é reabastecido com a alimentação e sempre terão a mesma quantidade proporcional enquanto vivos.


Todos os animais e plantas têm quando vivos, uma proporção de 1 C14 para cada trilhão de C12. Depois de mortos, param de se reabastecer com o C14. E, assim, realizando-se cálculos baseados no decaimento deste elemento, e a proporção em relação ao C12 presente na amostra, pode-se estimar há quanto tempo o individuo pesquisado está morto

Decaimento de C14 em um fóssil de peixe - Fonte: O Baricentro da Mente

O Carbono 14 é bem preciso para datar seres que estiveram vivos em um período entre 100 e 70.000 anos, devido à quantidade de C14 presente na amostra. Após este período, pelo fato da quantidade de C14 ser praticamente nula, gera muita incerteza na datação.


Potássio 40


O Potássio 40 (K40) é utilizado para determinar a idade de rochas vulcânicas, por meio da transformação deste. Neste caso, a análise é a proporção entre o K40 e o argônio 40 (Ar-40), onde 11% do K-40 se converte em Ar-40 e o restante em cálcio 40 (Ca-40).

Transformação de K-40 em Ar-40 Fonte: 10BioGeoGondomar

Quando a lava expelida pelo vulcão está em estado líquido, o Ar-40 tem o comportamento de fugir em forma gasosa, não estando presente logo ao se solidificar. Porém, quando em estado sólido, esta que, agora, se chama rocha vulcânica mantém o Ar-40, que foi transformado do K-40 preso, possibilita por meio da proporção entre eles, estimar a idade da rocha e, consequentemente, algum fóssil que esteja incrustado nela.


Além destas técnicas mencionadas, existem várias outras utilizadas para se determinar a idade dos objetos de estudo. Entender como estes processos ocorrem permite que possamos entender cada vez mais como era o nosso planeta e nossos ancestrais no passado. Consequentemente, de certa forma, até predizer o que pode acontecer no futuro, como em um livro de história escrito pela natureza que estamos tentando desvendar.


Artigo revisado pela Professora Bióloga Carla Pinotti de Assumpção


Artigo baseado nas seguintes referências:








 
 
 

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