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RIOS VOADORES : A chuva que vem da floresta amazônica

  • Foto do escritor: Thiag A C Borella
    Thiag A C Borella
  • 23 de set. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 26 de set. de 2020


Imaginar que uma quantidade de água tão grande, que equivale à vazão do Rio Amazonas possa ser transportada pelo céu, é algo realmente surpreendente!

Os rios voadores são exatamente isso: grandes quantidades de vapor d’água transportadas da região norte para as regiões mais ao sul e sudeste do continente sul-americano por correntes de ar. E tudo isso graças à floresta amazônica que, literalmente, puxa a umidade dos oceanos para dentro do continente.


Mas, como a floresta puxa a umidade do oceano?


Este é um efeito causado pela diferença na pressão atmosférica no qual os ventos sempre sopram da região com maior pressão para a menor. Esta pressão é determinada pela quantidade de moléculas em suspensão no ar, onde quanto maior for a quantidade de moléculas em suspensão no ar maior será a pressão atmosférica e vice-versa.


Vamos entender melhor!


As chuvas constantes da floresta amazônica causam a redução destas moléculas na atmosfera e deixam a pressão menor que a do Oceano Atlântico nesta região, fazendo com que os ventos desloquem a umidade do oceano para o interior do continente. Este efeito tem até nome, é chamado de “bomba biótica de umidade”.


Mas por que chove tanto na floresta amazônica?


A causa é justamente a própria floresta!! Ao transpirarem, as plantas deixam a atmosfera mais úmida e liberam aerossóis, aquelas partículas extremamente pequenas suspensas no ar. Estas partículas favorecem as gotículas de água ao se ligarem umas às outras. E, como consequência formam gotas mais pesadas causando as chuvas e reduzindo a pressão atmosférica.


Isso, na verdade, ocorre pela floresta inteira, ou seja, as plantas transpiram formando as nuvens e os ventos, que farão chover mais ao interior do continente, de forma sucessiva até “esbarrar” na Cordilheiras dos Andes, e desviando esta massa de água para o sul e sudeste do continente.


A Amazônia produz uma quantidade enorme de vapor d’água. Apenas uma única árvore pode chegar a mais de mil litros por dia e, a floresta como um todo, em torno de 20 TRILHÕES DE LITROS, o equivalente a vazão do Rio Amazonas.


Toda esta umidade aliada ao “efeito da bomba biótica” produz verdadeiros rios voadores que podem chegar a 30 km/h e influenciarem até mesmo na rota dos ventos por onde estes passam. Assim, afetando diretamente no regime de chuvas na região sul e sudeste do país.


Os rios voadores da floresta amazônica são uma exceção no planeta. Como padrão, boa parte dos desertos, estão localizados a 30º de latitude ao norte e aoº sul do Equador. Alinhados, porém, ao quadrilátero que vai de Cuiabá a Buenos Aires, de São Paulo aos Andes, este deveria conter um deserto, mas isso não ocorre justamente por causa dos rios voadores formados pela floresta amazônica.

Atualmente, 70% das águas que chegam ao Centro-oeste, Sudeste e Sul do Brasil vem pelos rios voadores da floresta amazônica. Não é à toa que o maior número de hidrelétricas e boa parte da produção agrícola do continente sul-americano fica justamente no trajeto que estes rios percorrem.

Então, vamos pensar!

Para que este efeito seja possível existe uma quantidade mínima de floresta que precisa estar presente. Caso o desmatamento continue acontecendo e ultrapasse este limite, a chance de a floresta amazônica virar um deserto é muito grande. Como pudemos observar neste escrito, isso afetaria não somente a região da floresta em si, mas todo o continente e, consequentemente, a forma de vida no planeta, ou seja, o mundo intei


Artigo revisado pela Professora Bióloga Carla Pinotti de Assumpção


Referências








 
 
 

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