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ERATÓSTENES E A EVIDÊNCIA DA TERRA ESFÉRICA

  • Foto do escritor: Thiag A C Borella
    Thiag A C Borella
  • 3 de set. de 2020
  • 4 min de leitura

Você já parou para se perguntar como cientistas descobriram que a Terra é esférica? E se tal fato teria como ser comprovado?


Pois este foi exatamente um dos questionamentos de Eratóstenes, a primeira pessoa a calcular a circunferência da Terra, por meio de um experimento, por meados de 240 A.c. Tal feito, nos dias atuais, pode ser utilizado por qualquer pessoa, para comprovar se a terra é esférica, ou não e, ainda, melhor, medir o seu tamanho!!!


Eratóstenes

Basicamente, o experimento é realizado comparando o ângulo da sombra projetada, a partir da luz do sol, em objetos que estejam em lugares diferentes, no mesmo momento. Esta diferença proporcional no ângulo em que a luz do sol incide nos objetos em lugares diferentes, só é possível em uma superfície esférica.


Parece complicado, não é mesmo?

Vamos tentar explicar como funciona, contando um pouco da história de seu idealizador.


A história


Eratóstenes foi matemático, gramático, poeta, geógrafo, bibliotecário e astrônomo da Grécia Antiga, que viveu no período de 276 a 194 a.C. Um de seus questionamentos era em relação ao tamanho da circunferência da Terra. Sim, já naquela época se tinha a noção de que a Terra era esférica, porém não existia nenhum método viável disponível que comprovasse tais suposições.


A oportunidade apareceu quando Eratóstenes foi convidado para ser o bibliotecário chefe na grande biblioteca de Alexandria, uma das maiores do mundo na época. E foi ali a oportunidade de poder encontrar respostas para várias perguntas que tinha sobre o mundo.


Biblioteca de Alexandria

E de fato isso aconteceu! Eratóstenes reuniu várias informações a respeito de temas que julgava interessante para a pesquisa. Uma, em particular, permitiu que fosse possível calcular a circunferência da Terra. Curiosa e diferentemente do que se esperava, essa descoberta não aconteceu dentro da biblioteca.


Ao ouvir a conversa de dois homens que passavam por Alexandria, ficou sabendo que no dia 21 de junho aconteceria o solstício de verão, o momento em que ocorre o dia mais longo e a noite mais curta do ano em um dos hemisférios da terra. Ao meio dia, na cidade de Siena, Eratóstenes percebeu que o sol estaria exatamente no meio do céu, fazendo com que, em um determinado poço não projetasse sombra nenhuma em suas paredes.


Ilustração do poço em Siena

Em uma informação que, aparentemente não tem nada de extraordinário, Eratóstenes sabia que em Alexandria, no mesmo momento, os objetos projetavam sombras, e sabia o porquê. Era pelo fato da terra ser esférica. Daí veio a ideia genial de como medir a circunferência da terra.


E pensou que:

Se conseguisse medir o ângulo em que a luz do sol incidia em Alexandria, no exato momento em que não haveria sombra em Siena, saberia a quantos graus se refere a distância entre as duas cidades. Depois, era só extrapolar para a circunferência inteira da Terra (360º). Seria como calcular o comprimento da borda de uma fatia de pizza e depois multiplicar pelo número de fatias que a pizza inteira contém.


E foi exatamente o que fez Eratóstenes. No dia 21 de junho, calculou o ângulo que a sombra de um poste, em Alexandria, projetava no exato momento em que não se formava sombra no dito poço, em Siena, e chegou no valor de 7,2º. Mas, nisso, percebeu que tinha um outro problema para resolver: precisava de um método confiável de medir a distância entre Alexandria e Siena.



Ilustração do experimento de Eratóstenes

Primeiramente, Eratóstenes tentou medir a distância com o tempo que camelos demoravam para ir de uma cidade à outra, mas a velocidade variava muito e não seria uma forma confiável. Então solicitou ajuda ao Rei do Egito Ptolomeu III, na época.


Este lhe sugeriu que usasse um bematista do reino. Os bematistas eram pessoas treinadas para dar passos do mesmo comprimento, com a finalidade de medir grandes distâncias com a máxima precisão possível.


Eratóstenes aceitou a ajuda do bematista do reino. Trabalho realizado, este chegou à conclusão que a distância entre as cidades daria em torno de 785 quilômetros. Enfim, pôde calcular o total de 39.250 quilômetros para a circunferência da Terra. Uma precisão realmente impressionante, se levarmos em consideração que, com a tecnologia atual, temos na região do Equador a circunferência com maior distância, ou seja, 40.075 Km.

Bematista

Se quisermos fazer o mesmo experimento hoje para comprovar se a Terra é esférica, ou não, basta saber quando ocorrerá o zênite solar, momento em que o sol está exatamente no centro do céu. Basta, reunir duas ou mais pessoas, em um determinado local. Cada uma fica em um ponto diferente. A primeira fica no local onde não incidirá sombra alguma, as outras se posicionam em linha reta. Para isto, basta usar qualquer aplicativo de gps. Cada pessoa medirá, no exato momento, quantos graus a sombra projetada tem. Parece que faltou algo aqui. O resultado não poderia ser encontrado em uma superfície que não tivesse a forma a forma de uma esfera.



A história do experimento de Eratóstenes para medir a circunferência da Terra nos mostra que, para se encontrar respostas, principalmente na ciência, é necessário muitas vezes o trabalho de anos de pesquisa, muitas destas com base em trabalhos de inúmeros outros cientistas, os quais proporcionarão buscar novas formas de se observar o mundo.


Artigo revisado pela Professora Bióloga Carla Pinotti de Assumpção


Referências utilizadas:






 
 
 

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