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PARTENOGÊNESE, O CASO DOS FILHOS SEM PAI

  • Foto do escritor: Thiag A C Borella
    Thiag A C Borella
  • 18 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 2 de jul. de 2020

Sim, você leu certo!! Existem vários animais onde o macho é, digamos, dispensável para a manutenção da espécie. Em boa parte dessas espécies, as fêmeas conseguem gerar filhotes sem serem fecundadas e a presença do macho se dá apenas quando é necessária maior variabilidade genética.

Filhote de Dragão de Komodo - Fonte: Zooborns

Para este fenômeno se dá o nome de partenogênese, a geração de um descendente sem a necessidade de fertilização. Em outras palavras, a fêmea gera os seus filhotes sem a necessidade de seus óvulos serem fecundados por um macho. Este feito ocorre nos mais variados grupos de animais, como insetos, peixes, répteis e até mesmo aves.


Mas como é possível isso, gerar descendentes sem fertilização? Quais os tipos de partenogênese?


No processo de geração de gametas feminino, ou seja, os óvulos, o próprio organismo da fêmea produz todo o material genético necessário para o desenvolvimento de um indivíduo, onde este continua a se dividir e a crescer sem a necessidade de ter sido fecundado por um gameta masculino.


Segundo alguns estudos já realizados neste tema, a grande vantagem deste processo é a garantia da sobrevivência da espécie, assim como é uma ótima ferramenta no processo de colonização de um novo local, principalmente em casos com a ausência, ou com uma população muito pequena de machos.


Existem basicamente três tipos diferentes de partenogênese relacionados ao sexo dos indivíduos gerados: - a telitoquia quando são geradas apenas descendentes fêmeas; - a arrenotoquia quando produz apenas machos; - a deuterotoquia que são os casos em que pode produzir machos e fêmeas. Todos estes tipos de partenogênese estão diretamente relacionados à disposição dos cromossomos sexuais.

Escospião Amarelo com filhotes gerados por partenogênese - Fonte : Bem Minas

A teliotoquia é comumente observada em invertebrados como o escorpião amarelo (Tytus serrulatus), em répteis como os calangos da restinga (Cnemidophorus nativo) muitas vezes, nos quais, apresentam populações inteiras compostas apenas por fêmeas. Nesse caso, apenas um indivíduo é capaz de desenvolver toda a população, facilitando a sua disseminação por várias regiões.

Reprodução de Abelhas - Fonte : Cola na Web

A arrenotoquia é muito bem observada nas abelhas da espécie Apis melífera. Neste caso, para que se produza os zangões (machos) é necessário que se tenha metade do material genético de uma abelha (fêmea), sendo produzido apenas por partenogênese pela rainha, com a única finalidade de fecundar as rainhas virgens.


No caso dos animais onde ocorre a deuterotoquia é interessante observar que os cromossomos determinantes sexuais são inversos do que ocorre nos seres humanos. Nos humanos, os determinantes sexuais iguais (XX) geram fêmeas e os diferentes (XY) machos. Já no caso de espécies deuterotocas, os iguais (ZZ) geram macho e os diferentes (ZW) geram fêmeas.


Pertencem ao grupo das partenogêneses deuterotoquias vários animais como Galinhas (Galus galus), Perus (Meleagris gallopavo), as Jiboias (Boa sp.), Dragões de Komodo (Varanus komodoensis). Nestes, como as fêmeas possuem os dois tipos de cromossomos sexuais, podem gerar tanto descendentes machos (ZZ) como descendentes fêmeas (ZW), e até fêmeas inférteis (WW).


Mesmo que a geração de novos indivíduos seja realizada sem a “mistura” do DNA de animais diferentes, em muitos casos ainda ocorrem modificações nos genes dos descendentes, permitindo ocorrer uma certa variabilidade genética e a perpetuação de espécies que, em alguns casos, são compostas apenas por fêmeas sem a ocorrência de cruzamento.


Observar fenômenos como a partenogênese demonstra a capacidade adaptativa existente na própria natureza, e que não existem padrões rígidos de relação entre os indivíduos. Procurar entender estas diferentes relações pode ajudar a nos entender como seres humanos e o respeito à diversidade de relações da nossa própria espécie.



Artigo revisado pela Professora Bióloga Carla Pinotti de Assumpção


Texto baseado nas seguintes leituras:





 
 
 

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