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TANATOSE: a arte de se fingir de morto

  • Foto do escritor: Thiag A C Borella
    Thiag A C Borella
  • 25 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Na natureza, podemos observar verdadeiras encenações que, muitos diriam ser dignas de Oscar, pela fidelidade com que alguns animais conseguem se fingir de morto.

Como e por que isso ocorre?


Râ Edalorhina perezi em tanatose - Fonte: Wickmedia.com

A Tanatose, nome dado a esta capacidade de fingir estar morto, pode ser uma ótima forma do animal se manter vivo e perpetuar a espécie. Isso pode soar um pouco estranho, mas é um mecanismo muito utilizado no mundo animal.


Os animais podem utilizar este mecanismo para finalidades diferentes. Como evitar um predador, capturar uma presa e até mesmo conseguir se acasalar. E é observado nos mais diversos grupos, desde moluscos até mamíferos.


Vejamos algumas situações nas quais os animais utilizam-se da tanatose estrategicamente:


Evitando um predador


Alguns animais têm preferência por presas vivas, rejeitando animais mortos. E para identificar se a presa está viva ou não, utilizam sensores de temperatura, cheiro, movimento e até mesmo a aparência geral. Nestes casos, se uma possível presa conseguir se fingir de morta, com uma fidelidade o suficiente para que o predador perca o interesse por ela, a presa poderá evitar servir de alimento para este.


Alguns animais que utilizam a tanatose para esta finalidade são:



  • a rã Edalorhina perezi fica com a barriga virada para cima e deixa seus membros soltos.


  • as cobras-hognose (Heterodon nasicus) contorcem-se inteiras, viram-se de barriga para cima, ficando com a boca aberta.


  • o Gambá Didelphis marsupialis fica totalmente imóvel, com os olhos abertos, reduz os batimentos cardíacos e exala um odor fétido.

Captura de presa


Uma das características importantes, quando se fala em predação é gastar menos energia possível para conseguir alimento. E uma das formas de ter sucesso, sem gastar muita energia, é justamente a habilidade de se fingir de morto. Nesse processo, uma possível presa, ao observar o suposto animal morto, aproxima-se o suficiente para ser capturada sem muito esforço do predador.



O peixe-dorminhoco (Nimbochromis livingstonii), por exemplo, ao mirar uma presa deita-se no substrato e aguarda a aproximação dela até poder dar um bote certeiro e garantir a sua refeição.


Acasalamento


Este é o caso no qual as fêmeas são muito agressivas e, para conseguir copular, o macho finge-se de morto para não ser atacado pela fêmea. Até mesmo durante a cópula, caso a fêmea volte a ter comportamento agressivo, o macho retorna a estratégia de Tanatose.


Esse comportamento é algo muito bem observado nas aranhas da espécie Pisaura mirabilis. O macho entrega um “presente” para a fêmea (normalmente algum inseto empacotado por teia) e, enquanto ela consome o presente, o macho realiza a fecundação. Caso a fêmea demonstre algum comportamento agressivo, este se finge de morto, voltando ao ato quando a fêmea volta a se distrair.



É sempre interessante observar o comportamento animal e suas peculiaridades. À primeira vista aquilo que pode parecer até racional, pode demonstrar ser uma característica intrínseca da espécie, totalmente instintiva. Resta-nos, então, perguntar “até onde nossas ações é algo racionalmente analisado e o que é ditado por nossos genes”.


Artigo revisado pela Professora Bióloga Carla Pinotti de Assumpção


Referências utilizadas:





 
 
 

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